“Predator: Badlands” aposta em protagonista Yautja silencioso e brutal, à la Conan e Mad Max

“Predator: Badlands” aposta em protagonista Yautja silencioso e brutal, à la Conan e Mad Max

Nova fase da franquia com foco no Predador como herói

A franquia Predator vive um momento de renovação. Após o sucesso de Prey, ambientado no século XVIII e aclamado pela crítica, o diretor Dan Trachtenberg retorna com duas novas produções que prometem redefinir a forma como o público enxerga os temidos Yautja. A primeira é a animação sangrenta Predator: Killer of Killers, já disponível no Disney+. A segunda é Predator: Badlands, um longa live-action futurista com uma proposta ousada: colocar o Predador como personagem principal da história.

Dek: um herói silencioso com sede de provar seu valor

O centro da nova trama é Dek, um Yautja considerado o “fracote” de seu clã. Interpretado por Dimitrius Schuster-Koloamatangi, Dek precisa embarcar em uma missão de redenção para provar seu valor entre os seus. Segundo Trachtenberg, o personagem se encaixa na tradição de heróis solitários como Conan, o Bárbaro, e Mad Max. “Ele fala pouco, é direto ao ponto. Literal e figurativamente”, afirma o diretor. O visual brutal do personagem e sua relação tensa com o irmão — que aparece em uma imagem exclusiva empunhando uma arma — indicam que sua trajetória será marcada por conflitos internos e físicos.

Uma virada de perspectiva na ficção científica

Para Trachtenberg, o verdadeiro diferencial de Badlands está em inverter a perspectiva tradicional da ficção científica. “Normalmente, as criaturas são os vilões ou coadjuvantes. Aqui, o espectador acompanha a missão pelos olhos do Predador”, explica. Essa proposta, segundo ele, não apenas expande o universo de Predator, como também lança luz sobre temas de identidade, aceitação e sobrevivência. O diretor revela ainda que Badlands é fruto de três ideias que teve após Prey — uma delas resultou na série animada Killer of Killers, outra em Badlands, e a terceira ainda está por vir.

Tradição cinematográfica de protagonistas que falam pouco

A decisão de fazer de Dek um personagem lacônico o alinha a figuras icônicas do cinema de ação. Conan, interpretado por Arnold Schwarzenegger em 1982, praticamente não falava — o que não impediu que suas poucas frases se tornassem memoráveis. Já Mad Max, vivido por Mel Gibson e depois por Tom Hardy, também foi marcado por longos silêncios e postura introspectiva, especialmente após a perda da família e os horrores vividos nas estradas distópicas.

Mais foco na linguagem e cultura Yautja

Embora os Yautja sempre tenham tido pouca interação verbal nas produções anteriores — normalmente repetindo frases humanas de personagens como Dutch (Schwarzenegger) ou Mike Harrigan (Danny Glover) —, Badlands pode explorar mais a comunicação entre os próprios Predadores. A descrição de Dek sugere que ouviremos mais da língua dos Yautja, com menos dependência de referências humanas.

Sobrevivência e redenção em um mundo hostil

Outro elemento central da trama será o exílio de Dek de sua própria sociedade. Isolado e desacreditado, ele contará apenas com a ajuda da androide Thia, da corporação Weyland-Yutani, interpretada por Elle Fanning. Essa parceria improvável e o instinto de sobrevivência serão os motores da narrativa, que abordará temas como lealdade, força e pertencimento.

Com uma proposta ousada e abordagem diferenciada, Predator: Badlands promete marcar uma nova era para a franquia — desta vez, com o monstro no papel de herói. E se depender da visão de Trachtenberg, outras caçadas ainda estão por vir.